segunda-feira, 9 de abril de 2012

Na Janela






















Na janela

Está o mundo lá fora de tantos amores
e tantos sabores que no caminho
deixou cair pétalas e espinhos
cabelos, embranqueceram-se
e o olhar perdeu o brilho...
Secou-se a ferida e o tempo esqueceu
o que era doce, nem a dor ficou no peito,
embrutecida nem despedida, veio ao meu encontro.
Amor, quando vai, deixa o vazio que nada preenche.
Rio caudaloso quando seca deixa rastro
e sobre ele todos passam sem lembrar que ali vida existiu...
Árvores secas caíram, todas as folhas verdes.
Só terra batida, agora resta só o que o vento leva e trás,
resta saudade de quem não volta mais.
Resta um coração que bate, mas não satisfaz...
Todas as janelas são iguais, saia lá fora e veja,
existem sempre amores, existem sempre sabores...
Existe sempre saudade do tempo que já foi doce, e agora
já não é mais.

Nelson Sganzerla
         

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Olhando a praia




















Vá ! Recupera a coragem de viver e não sinta medo, do que não vês.
Mergulha em direção ao sol e deixe que o vento te feche os olhos, 
ele irá te levar aonde quiser.
Vá ! De sentido a tua vida, viva fale e grite, faça do teu grito o balsamo da tua dor.
Vá ! Siga em frente supere anseios, vença o que te amordaça, 
solte tuas amarras e seja livre.
Busque teu amanhã, ele te espera.
Junte o que ficou no caminho e olha de frente, tudo que teus olhos ainda não viram.
Não pare!
Não pense!
Se a dúvida do caminho, não te deixa ir, 
apenas siga não pergunte, descanse, mas não pare, 
seja incansavelmente persistente, seja água a bater na pedra
O ruído da estrada te dará o ritmo,
te ensinará a musica, 
te despertará a alma.
Coloque teus pés no chão.
Sinta areia entre os dedos, sinta tuas mãos molhadas, 
solte os cabelos e flerte com o horizonte, 
apaixona-te  pelas ondas.
E deixe que toquem teus pés.
Indo,
Vindo,
Indo,
Vindo.  
Apaixona-te pelo mar, 
apaixona-te pela brisa que te refresca, 
olhe para cima e ao seu redor, 
sinta a presença da vida 
entrando pelo seu corpo, 
aquieta-te e deixa que a brisa venha te beijar.
Faça silencio, desfrute da suave musica 
que o vento toca e adormeça lentamente, 
calmamente, 
suavemente, como adormece 
lentamente o mar ao chegar à noite.
Cubra-te com a lua, 
que te ilumina, e vela teu sono.
Durma o sono divino, 
sonhe, como criança fosse.
Vá se deixe assim, sem nada querer, 
desfrute esse prazeroso momento.
E amanhã, comece tudo outra vez...   


Nelson Sganzerla

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Pequeno sonho.


























Deixa que esse sonho venha pousar nessa branda noite de luar 
e acolha o seu corpo, como mão amiga.
Recolha em teu seio, a agonia passageira 
deixa bater forte o coração 
sentindo a vida pulsando em teu corpo.
Oh! 
Mulher passageira, da noite branda de luar, 
mulher companheira do dia a despertar.
Deixa ficar o sonho 
do seu corpo lapidado em minha mente 
acolha-me entre o seu ventre, 
marcado pelo meu beijo.
Deixa ficar esse sonho, e que o tempo 
jamais apague
A Imagem do seu lindo olhar.

Nelson Sganzerla

Rotina



          






















Tudo que existe 
na minha certeza,
é a profunda incerteza 
de cada segundo. 
À espera de outro amanhã.
Trago comigo em meu silencio, 
uma quantidade enorme de palavras, 
que já não se usa nesse mundo em desuso.
A cada esquina, esta o desespero aflito, 
nos cruzamentos ligeiros da nossa pressa.
E, na minha alcova, 
no silencio da minha insônia, 
sei que amanhã terão de passar novamente 
pelos mesmos caminhos, sem ao menos saber 
o por que.  

Nelson Sganzerla

Resignação.




























Agora... Que tudo é calmo depois desse nosso fim.
Agora... Que não me lembro do que foi nosso.
Agora... Que custei a esquecer.
Agora... Que minha hora é vaga, e já não tenho mais tempo para nós.
Agora... Que os pingos da chuva, são todos iguais.
Agora... Que o meu caminho pelas ruas nas tardes ensolaradas não mais alegra o meu coração.
Agora...
Simplesmente agora. 
Fico aqui.
Mas já não 
te espero mais.

Nelson Sganzerla

Características.




















Tudo do que em mim é vida...
Esta na tristeza, na minha alegria 
e na minha ansiedade.
Tudo do que em mim é vida...
Esta no olhar meigo 
e inocente que vem ao meu encontro.
Tudo do que em mim é vida... 
Está no caminho pelas ruas desse mundo.
Tudo do que em mim é vida...
Esta no sorriso tímido, 
no abraço forte e no toque das mãos.
Tudo do que em mim é vida...
Esta na música que ouço, 
no livro que escrevo e 
no dia que vivo.
Tudo do que em mim é vida...
Esta no aperto de mão, e
esta no amor e esta na paixão.
Tudo do que em mim é vida...
Esta nesse papel;
Esta nessas palavras;
Esta em você... 
E permanece em mim.  

Nelson Sganzerla

Definição Poética.





























Peço que acalmem o grito louco, desse momento 
e procurem entender esse soluço, 
nos cantos desse mundo louco dos poetas.
Peço que sintam toda a agonia das palavras 
em cada boca, aflita pelas faces desfiguradas...
A procura do poeta é feita por caminhos tortuosos 
e quase sempre sem fim, 
sempre existirá o grito louco 
e o soluço pairando no ar.
Procura de poeta é desespero de cada frágil olhar 
no meio da tarde, e tanto faz que faça sol ou faça chuva
ou faça frio. 
Procura de poeta é medo de perder 
o que ainda não se tem, e quando tiver 
é o medo de não mais querer...
Busca inútil da sensação 
de um verdadeiro gesto.
Busca inútil do verdadeiro olhar.
Procura corajosa em noites a esmo, 
ilusão da procura que não se acha. 
Procura de poeta é a preocupação 
de não ser entendido, 
por quem não conhece os caminhos do coração e da poesia... 
Poeta amante de tudo que é vivo.
Procurar entender um poeta 
é de valia sempre olhá-lo por dentro e nas entre linhas. 
Amar um poeta se faz necessário a elegância do nado de um cisne. 
Que sabe que irá um dia morrer. 

Nelson Sganzerla